The awesomeness that is Ana Lily Amirpour
- Vitória Pompeu da Costa
- 19 de out. de 2021
- 3 min de leitura
É um fato que eu sou apaixonada por histórias de vampiros. Adicione na mistura uma das cineastas mais radicais por aí, Ana Lily Amirpour, e eu grito. A Girl Walks Home Alone At Night, baseado no curta-metragem de 2011, com o mesmo nome, nos apresenta a cidade fantasma iraniana, Bad City, um lugar que cheira western, morte e solidão, os cidadãos não desconfiam que estão sendo observados por uma solitária vampira skatista. Enquanto assistimos ao filme, é perceptível o tamanho controle que a diretora tem sob o mundo que criou em seu roteiro. Da fotografia preto e branco, para o deserto e a vida noturna de seus habitantes e a vampira em seu skate vagando sozinha enquanto observa aqueles que pegam seu interesse. O filme, que esteve no Festival de Sundance em 2014, não estabelece um período de tempo exato, e isso é ótimo - por quê não brincar com o tempo espaço de seu filme já que não podemos com a vida real ? De algum jeito se assemelha com solidão, e vampiros são os melhores seres para falar sobre uma existência solitária.

A Girl Walks Home Alone At Night, 2014.

The Bad Batch (Amores Canibais), disponível na Netflix, tem Arlen como protagonista. Ela acaba de ser solta da prisão em um deserto onde estão os exilados daquela América distópica, com pacientes psiquiátricos, usuários de drogas e canibais. Existem cidades com algum tipo de lei e ordem enquanto seus arredores são dominados por canibais que acabam por capturar Arlen, que consegue fugir após ataques brutais, sendo levada pela ambiguidade de procurar um lugar seguro e liberdade em meio essa terra de ninguém ao mesmo tempo que dominada por raiva e vingança. A diretora sabe trabalhar muito bem a atmosfera de seu filme, que transmite sensações de Mad Max vs alucinógenos pelos olhos de sua protagonista; a comunicação não verbal, seja pela fotografia ou direção de atores, é um forte da diretora que se repete após A Girl Walks Home Alone At Night, o primeiro sendo monocromático enquanto o segundo longa-metragem é um deserto repleto de carcaças humanas, de carros e aviões, um reflexo da sociedade quebrada. O elenco é composto por Suki Waterhouse, Jason Momoa, Keanu Reeves, Jim Carrey.

The Bad Batch, 2016.

Seu terceiro longa, Mona Lisa and The Blood Moon, teve sua estreia na 78 edição do Festival de Veneza, na mostra competitiva, que em 2016, ganhou o Prêmio Especial do Júri com The Bad Batch, onde também concorreu a melhor filme. Mona Lisa and The Blood Moon acompanha uma garota com poderes misteriosos que escapa de um hospital psiquiátrico e tenta sobreviver por conta própria pelas ruas de Nova Orleans. O elenco é formado por Jeon Jong-seo, Kate Hudson, Craig Robinson, Ed Skrein, Evan Whitten.
Em 2020 dirigiu um episódio para a série Homemade (Netflix). Está confirmada para dirigir um episódio da série antológica de terror de Guillermo Del Toro para a Netflix (Guillermo Del Toro's Cabinet of Curiosities), que deve chegar ao streaming em 2022.

Mona Lisa and The Blood Moon, 2021.

Homemade, 2020.
Ficha técnica:
A Girl Walks Home Alone At Night, 2011 (curta-metragem).
A Little Suicide (2012).
A Girl Walks Home Alone At Night, 2014 (longa-metragem).
The Bad Batch, 2016.
Yo! My Saint, 2018.
Legion, 2018 (1 episódio).
Castle Rock, 2018 (1 episódio).
Twilight Zone, 2019-20 (2 episódios).
Homemade, 2020 (1 episódio).
Mona Lisa and The Blood Moon, 2021.
Guillermo Del Toro's Cabinet of Curiosities.
Cliffhanger.
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